Aleijadinho (Antônio Francisco da Costa Lisboa)

Aleijadinho

Aleijadinho (Antônio Francisco da Costa Lisboa)

29/08/1730, Vila Rica (atual Ouro Preto), MG
18/11/1814, Mariana (MG)

“Bíblia de pedra sabão, banhada no ouro das Minas.” Assim o poeta Oswald de Andrade definiu os Passos da Paixão e os 12 Profetas, as obras mais conhecidas do Aleijadinho, na cidade de Congonhas do Campo em Minas Gerais. De fato, o escultor conseguiu traduzir para a pedra a espiritualidade das Escrituras.

Antônio Francisco da Costa Lisboa era filho de Manoel Francisco Lisboa e de uma escrava que se chamava Isabel (embora nenhum documento o comprove), e sobrinho de Antônio Francisco Pombal, afamado entalhador de Vila Rica. A data oficial de seu nascimento é 29 de agosto de 1730, mas também não há certeza quanto a isso.

De educação escolar primária, iniciou seu trabalho como escultor e entalhador ainda criança, seguindo os passos do pai e trabalhando na oficina do tio. Seu aprimoramento profissional veio de seus contatos com o abridor de cunhos e desenhista João Gomes Batista e o escultor e entalhador José Coelho de Noronha, portugueses com oficinas em Vila Rica e responsáveis por muitas obras em igrejas da região.

Mesmo que tenha sido um dos maiores artistas do Brasil, restam apenas fragmentos biográficos da vida do Aleijadinho, a maioria deles envolta em lendas. Sua primeira biografia “Traços Biográficos Relativos ao Finado Antônio Francisco Lisboa”, escrita apenas 44 dias depois de sua morte, por Rodrigo Bretãs, é repleta de exageros, mostrando um artista que seria “dado aos vinhos, às mulheres e aos folguedos”.

Aos 40 anos de idade, Antônio Francisco Lisboa foi atacado por uma doença que o deixou gravemente deformado. Existem apenas hipóteses sobre a terrível enfermidade. Em 1929, o médico Renê Laclette optou por “lepra nervosa” como diagnóstico “menos improvável”, visto que no quadro clínico do escultor se encontravam também sintomas específicos do mal de Hansen. Outra hipótese citada com freqüência é a da zamparina (doença advinda de um surto gripal que irrompeu no Rio em 1780, responsável por alterações no sistema nervoso). As demais especulações, citadas em mais de 30 estudos, incluem escorbuto, encefalite e sífilis.

O fato é que, aos poucos, o Aleijadinho foi perdendo o vigor físico, o que não o impossibilitou de trabalhar. Conta-se que ao perder os dedos dos pés ele passou a andar de joelhos, protegendo-os com dispositivos de couro, ou a se fazer carregar. E ao perder os dedos das mãos, passou a esculpir com o cinzel e o martelo amarrados aos punhos. Em fins de 1777, o escultor já perdera os dedos dos pés, “do que resultou não poder andar senão de joelhos”, e os dedos das mãos se atrofiaram de tal forma que o artista teria decidido cortá-los, servindo-se do formão com que trabalhava. Também perdeu quase todos os dentes, a boca entortou-se, o queixo e o lábio inferior abateram-se e o olhar adquiriu uma expressão sinistra que o deixou com um aspecto medonho.

O Aleijadinho passou a evitar o contato público: ia para o trabalho de madrugada e só voltava para casa com a noite alta. “Ia sempre a cavalo, embuçado em ampla capa, chapéu desabado, fugindo a encontros e saudações”, escreveu o poeta Manuel Bandeira. No próprio local da obra, ficava coberto por uma espécie de tenda. Diz a lenda que, depois de ser chamado de “homem feio” por José Romão, ajudante-de-ordens do governador Bernardo Lorena, o artista se vingou esculpindo uma estátua de são Jorge com a cara “bestificada” de seu desafeto.

A doença dividiu em duas fases nítidas a obra do Aleijadinho. A fase sã, de Ouro Preto, se caracteriza pela serenidade equilibrada. Na fase do enfermo, surge um sentimento mais gótico e expressionista. O ressentimento tomou a expressão de revolta social contra a exploração da metrópole. As figuras de “brancos”, “senhores” e “capitães romanos” são deformadas.

Suas obras mais famosas são o conjunto do Santuário de Bom Jesus de Matozinhos, em Congonhas do Campo, um patrimônio histórico e artístico com 66 imagens esculpidas em madeira de cedro (1796-1799) e os 12 majestosos profetas em pedra-sabão (1800-1805). Suas esculturas desviam-se do estilo barroco português, ganhando características muito pessoais, com alguma influência bizantina e gótica.

Os trabalhos do Aleijadinho podem ser vistos em Ouro Preto, Congonhas do Campo, Sabará e outras cidades mineiras. Observando-se os traços, as expressões das esculturas, é impossível evitar o sentimento de emoção e respeito que elas despertam. O esplendor e o requinte, as sutilezas e a suntuosidade das dezenas de estátuas, pias batismais, púlpitos, brasões, portais, fontes e crucifixos revelam que o Brasil teve um escultor e arquiteto de primeira grandeza nos tempos coloniais.

Fonte: http://educacao.uol.com.br/

Aleijadinho

29/08/1730, Vila Rica (actual Ouro Preto), Minas Gerais
18/11/1814, Mariana (MG)

“Biblia de esteatita,  bañada en oro de  Minas.” Así el poeta Oswald de Andrade definió los “Pasos de la Pasión y los 12 Profetas”, las obras más conocidas de Aleijadinho, en la ciudad de Congonhas do Campo en Minas Gerais. De hecho, el escultor conseguió traducir para la piedra la espiritualidad de las Escrituras.

Antônio Francisco da Costa Lisboa era hijo de Manoel Francisco Lisboa y de una esclava que se llamaba Isabel (a pesar que no exista un documento que lo compruebe), y sobrino de Antônio Francisco Pombal, famoso tallista  de Vila Rica. La fecha oficial de su nacimiento es 29 de agosto de 1730, sin embargo no hay la certeza total.

Siendo aún niño inició a trabajar como escultor y tallista, siguiendo los pasos del padre y trabajando en el taller de su tío. Fue adquiriendo más experiencia y esmero profesional gracias a sus contactos con el gráfico de la Casa de la Moneda: João Gomes Batista y el  escultor y tallista José Coelho de Noronha, portugueses con oficinas en Vila Rica y responsables de muchas obras en iglesias de la región.

A pesar de haber sido uno de los más importantes artistas del Brasil, quedan pocos fragmentos biográficos de la vida de Aleijadinho, la mayoría de ellos envueltos en leyendas. Su primera biografía “Traços Biográficos Relativos ao Finado Antônio Francisco Lisboa”, escrita apenas 44 días después de su muerte, por Rodrigo Bretãs, está repleta de exageraciones, mostrando un artista que sería “uno que tenía el vicio del vino, de las mujeres y del ocio”.

A los 40 años de edad, Antônio Francisco Lisboa fue atacado por una enfermedad que lo dejó gravemente deformado. Existen hipótesis sobre la terríble enfermedad. En 1929, el médico Renê Laclette optó por “lepra nerviosa”como diagnóstico “menos improbable”, visto que en el cuadro clínico del escultor se encontraban tambiém síntomas específicos de Mal de Hansen. Otra hipótesis citada con frecuencia es de la Zamparina (enfermedad gripal que irrumpió en Rio en 1780, responsable de las alteraciones en el sistema nervioso). Las demás especulaciones, citadas en más de 30 estudios, incluyen el escorbuto, la encefalite y sífilis. La cuestión es que, al poco tiempo, Aleijadinho fue perdiendo la fuerza física, cosa que no lo imposibilitó de trabajar. Cuentan que al perder los dedos de los pies, él pasó a andar de rodillas, protegiéndose con dispositivos de cuero, o haciéndose cargar. Y al perder los dedos de las manos, pasó a esculpir con el cincel y el martillo amarrados a los puños. A fines de 1777, el escultor ya había perdido los dedos de los pies, “por este motivo la única manera de “caminar” era de rodillas, y los dedos de las manos se atrofiaron de tal forma que el artista habría decidido cortárselos, sirviéndose del formón con que trabajaba. Tambiém perdió casi todos los dientes, la boca se le torció, y la mandíbula y el labio inferior se alteraron y su mirada  adquirió una expresión siniestra que lo dejó con un aspecto espantoso.

Aleijadinho pasó a evitar el contacto público: iba al trabajo de madrugada y sólo regresaba a casa en plena noche. “Iba siempre en caballo, cubierto en una amplia capa, sombrero desordenado, huyendo encuentros y saludos”, escribió el poeta Manuel Bandeira. En el propio local de la obra, quedaba cubierto por una especie de tienda. Dice la leyenda que, después de ser llamado “hombre feo” por José Romão, ayudante del gobernador Bernardo Lorena, el artista se vengó esculpindo una estatua de San Jorge con la cara “bestificada”.

La enfermedad dividió en dos partes nítidas la obra de Aleijadinho. La fase sana, de Ouro Preto, se caracteriza por la serenidad equilibrada. En la fase de enfermo, surge un sentimiento más gótico y expresionista. El resentimento tomó la expresión de revuelta social contra la explotación de la metrópoli. Las figuras de “blancos”, “señores” y “capitanes romanos” son deformadas.

Sus obras más famosas son el conjunto del Santuário de Bom Jesus de Matozinhos, en Congonhas do Campo, un patrimonio histórico y artístico con 66 imágenes esculpidas en madera de cedro (1796-1799) y los 12 majestuosos profetas en esteatita (1800-1805). Sus esculturas desvíanse del estilo barroco portugués, ganando características muy persoanales, con alguna influencia bizantina y gótica.

Los trabajos de Aleijadinho pueden ser vistos en Ouro Preto, Congonhas do Campo, Sabará y otras ciudades mineras. Observándose los trazos, las expresiones de las esculturas, es imposible evitar el sentimiento de emoción y respeto que ellas despiertan. El esplendor y el refinamiento, las sutilezas y la suntuosidad de las decenas de estatuas, pilas batismales, púlpitos, portales, fuentes y crucifijos revelan que Brasil tuvo un escultor y arquitecto de primera grandeza en los tiempos coloniales.

Fonte: http://educacao.uol.com.br/

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