Carlos Drummond de Andrade

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Vida e obra de Drummond

Carlos Drummond de Andrade nasceu na cidade mineira de Itabira em 31 de outubro de 1902. Começou a carreira de escritor como cronista colaborador do Diário de Minas. E mais tarde também escreveu para os jornais Correio da Manhã, Jornal do Brasil, A Tribuna, Estado de Minas e Diário da Tarde. Além de poesias, que constituem a maior parte de sua obra, e de suas crônicas, Drummond também escreveu contos, infanto-juvenis e traduziu importantes obras da literatura mundial, como A Fugitiva, de Marcel Proust e Artimanhas de Scapino, de Molière.

Por insistência familiar para que obtivesse um diploma, Drummond formou-se em farmácia em 1925, mas jamais exerceu a profissão. Publicou seu primeiro livro, Alguma Poesia, em 1930, com recursos próprios. Um de seus primeiros poemas – No Meio do Caminho – estreou provocando grande polêmica, pois os críticos negavam-se a considerar o texto poesia por sua estrutura baseada na repetição e por reafirmar a fala popular “tinha uma pedra” em detrimento da forma culta “havia uma pedra”. Leia o poema:

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

A partir de aí, Drummond escreveu dezenas de livros. Em suas primeiras obras, nota-se a influência do modernismo na narrativa do poeta que se tornou ícone do movimento. Tanto em sua prosa quanto em sua poesia, seus textos caracterizam-se por uma linguagem coloquial repleta de ironia, sarcasmo e humor. Em uma primeira fase de seus escritos, Drummond mantém certo distanciamento do mundo e traduz seu desencantamento em relação a ele. São temas típicos da obra de Drummond nessa fase: o indivíduo (deslocado e desesperançoso), a terra natal, a família e os amigos, o choque social, o amor (nada romântico ou sentimental), o fazer poético e a existência (o estar no mundo).

Em um segundo momento, sem se distanciar, Drummond se envolve com o universo e a realidade a sua volta. Em obras como José (1942) e Rosa do Povo (1945), o poeta deixa a emoção transparecer em sua vontade de transformar o mundo. Tais obras marcam uma fase mais social da narrativa de Drummond.  Em outros escritos, o poeta acrescenta um novo traço a sua narrativa: o erotismo. “O Amor Natural” é um exemplo de coletânea de poemas eróticos de Drummond. E tem ainda os poemas em que ele explora os elementos materiais da palavra: a letra impressa, sua disposição espacial e o som, como em “Lição de Coisas”.

Com complicações cardíacas, Drummond faleceu em 17 de agosto de 1987.

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