Ismael Silva

Mílton de Oliveira Ismael Silva, mais conhecido como Ismael Silva (Niterói, 14 de setembro de 1905 – Rio de Janeiro, 14 de março de 1978), morreu há 40 anos; foi um cantor e compositor brasileiro. Seu corpo foi velado no Museu da Imagem e do Som, do Rio de Janeiro, e sepultado no Cemitério do Catumbi.Milton de Oliveira Ismael da Silva (Niterói RJ 1905 – Rio de Janeiro RJ 1978). Compositor, violonista e cantor. Caçula entre cinco irmãos, fica órfão de pai aos 3 anos, fato que o obriga a mudar-se com a mãe da Praia de Jurujuba, em Niterói, para a cidade do Rio de Janeiro. Após viver em alguns bairros cariocas e cursar a escola primária, fixa-se no Estácio de Sá. Cresce nesse bairro e desde jovem convive nas rodas de partido alto, em que conhece os sambistas Bide, Baiaco, Nilton Bastos, Mano Edgar e Brancura. Começa a frequentar a boêmia carioca e com 20 anos compõe Me Faz Carinhos, lançada em disco pelo pianista Cebola (Orlando Tomás Coelho) na Casa Edison. Em 1927, Francisco Alves compra a parceria da música, lance corriqueiro entre sambistas e o conhecido intérprete, que se compromete a gravá-la na Odeon. O relativo sucesso da canção faz o cantor propor para os anos seguintes novas parcerias e exclusividade na gravação dos sambas de Silva e Bastos, como Nem É Bom Falar (1931), O que Será de Mim (1931) e Se Você Jurar (1931). A parceria permanece ativa e com sucesso até 1935, quando é definitivamente encerrada.

No fim da década de 1920, com esses compositores que conhece no Estácio, Ismael Silva transforma um antigo bloco carnavalesco na primeira escola de samba carioca, a Deixa Falar, em 1928. A escola desfila pela primeira vez em 1929 cantando os sambas do “pessoal do Estácio”. O impacto é significativo, pois ela apresenta tanto um desfile quanto sambas diferentes dos tradicionais, inaugurando uma fase do Carnaval e do samba do Rio de Janeiro.

A vida do compositor, na década de 1930, é muito instável. Aborrecido com a morte de seus companheiros Bastos e Edgar, deixa, em 1931, o Estácio e a escola de samba. Vive no centro, frequenta rodas de boêmia mais intelectualizadas e inicia uma trajetória de sucesso e reconhecimento. Nessa época conhece Noel Rosa, com quem compõe, em 1932, diversas canções, como Adeus, Para Me Livrar do Mal, A Razão Dá-se a Quem Tem e Uma Jura que Eu Fiz. As canções lançadas por Francisco Alves e Mário Reis dão visibilidade a Ismael Silva, que também passa a gravar as próprias composições, assim como a outros intérpretes, entre eles João Petra de Barros, Silvio Caldas, Carmen Miranda e Aurora Miranda. A partir de 1935 sua vida ganha outra direção e ele se afasta do cenário artístico. Fato atribuído a uma desilusão amorosa e ao namoro com Diva Lopes Nascimento, com quem tem uma filha, Marlene Martins Batista, nunca reconhecida. O rompimento com Francisco Alves também tem impacto negativo na vida profissional. Além disso, é preso em flagrante por tentativa de homicídio. Solto, três anos depois, vai morar com irmã e desaparece da vida artística.

Nos anos 1950 tenta retornar e compõe Antonico (1950). Dolores Duran grava seu samba-canção Tradição(1954). Em 1955, o compositor lança os discos O Samba na Voz do Sambista e Ismael Canta e participa do show O Samba Nasce no Coração, com Pixinguinha, Donga, Ataulfo Alves e João da Baiana, na boate Casablanca. Adoentado, sua produção cai drasticamente nos anos 1960, mas mesmo assim participa de shows e grava LPs. Em 1965, se apresenta no show O Samba Pede Passagem, ao lado de Baden Powell, MPB-4 e Aracy de Almeida, que resulta num disco com 11 composições suas. Em 1973, lança o LP Se Você Jurar.

Comentário Crítico
Ismael Silva está no núcleo das experiências sociais, culturais e musicais que atua na formação do samba moderno e no centro do processo de mudanças do entretenimento urbano definido no Rio de Janeiro pela expansão dos binômios carnaval/escola de samba e indústria fonográfica/radiofônica. Esses dois universos são determinantes para a decantação de alguns gêneros musicais urbanos, sobretudo o moderno samba.

Ismael Silva é autor de “Antonico”, um dos mais belos sambas do repertório brasileiro…

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