Leon Hirszman

Leon Hirszman nasceu no dia 22 de novembro de 1937, no Rio de Janeiro, filho de Jaime Hirszman e de Sarah Hirszman.

Ingressou no Partido Comunista do Brasil aos 14 anos, influenciado por seu pai. Bacharelou-se em engenharia, mas nunca exerceu a profissão. Apaixonado por cinema desde cedo, já na faculdade tornou-se freqüentador assíduo de cineclubes. Seu primeiro contato com o cinema foi em 1957, como ajudante de produção do filme Rio, Zona Norte, de Nelson Pereira dos Santos. Neste mesmo ano foi assistente de direção e continuidade de Juventude sem amanhã, de Elzevir Pereira da Silva.

Durante o governo João Goulart (1961-1964), foi um dos fundadores do Centro Popular de Cultura em 1962, tornando-se responsável pelo setor de cinema. Produtor de Cinco vezes favela, um marco do Cinema Novo, Hirszman dirigiu A falecida (1964), baseado em peça homônima de Nelson Rodrigues, e Garota de Ipanema (1967). No final da década de 1960, associou-se, juntamente com Marcos Farias, à produtora Saga Filmes, para filmar São Bernardo. A demora em estrear o filme, retido pela rigida censura do regime militar durante sete meses, levou os produtores a abrirem processo de falência (São Bernardo só entraria em cartaz em 1972).

Em 1975, foi eleito vice-presidente da Associação Brasileira de Cineastas, na qual desenvolveu intensa atividade política, procurando articular diversos intelectuais contra a ditadura. Nos anos seguintes, dirigiu os documentários Partido alto (1976), Cantos de trabalho (1978) e ABC da greve(filmado em 1979, mas que só ficaria pronto para exibição postumamente, em 1990). Apenas em 1981, voltou a fazer um longa-metragem, Eles não usam black-tie, argumento de Gianfrancesco Guarnieri.

Os últimos anos de sua vida foram dedicados ao projeto Imagens do inconsciente, uma série de três documentários sobre três artistas esquizofrênicos do Centro Psiquiátrico Pedro II do Rio de Janeiro, dirigido pela psicanalista Nise da Silveira. O trabalho foi concluido em 1986.

Faleceu no dia 16 de setembro de 1987, no Rio de Janeiro.

Foi casado três vezes: com Norma Pereira Rego, Liana Maria Lafayette Aureliano da Silva e com Mercedes Pires Fernandes. Teve, com cada uma delas, um filho.

[Fonte: Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro pós 1930. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2001]

Assista ao documentario ECOLOGIA, visionário demais.